- Política
- 30.07.2024
- Redação
Direitos humanos como ponte para o crescimento
Recebemos nesta sexta-feira, 26, o ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC), Silvio Almeida, em um almoço em São Paulo. À frente da pasta desde o início deste terceiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva, o jurista destacou, em conversa com nossos associados, o trabalho em cooperação com outros ministérios, como o da Justiça e Segurança Pública.
O ministro relacionou o combate à violência a uma política de direitos humanos com bases bem estabelecidas e ao enfrentamento urgente ao crime organizado, a partir de ações de inteligência que possam desarticular as grandes quadrilhas, que cada vez mais têm desdobrado suas operações para além do tráfico de drogas e de crimes como o latrocínio.
“Não existe segurança pública sem direitos humanos, e o contrário também é verdadeiro: não há direitos humanos sem segurança pública. Tem que haver um enfrentamento firme ao crime organizado, mas não se combate o crime fazendo o que se faz com os pobres na periferia do País. Não existe possibilidade de se desenvolver se não houver enfretamento ao crime organizado”, argumentou.
Falando sobre economia política e uma visão já existente em outras partes do planeta, como a Noruega e a Alemanha, o ministro afirmou que diversos países se movimentam para barrar a entrada de produtos e serviços que tenham parte de sua cadeia produtiva ancorada em trabalho análogo à escravidão. “Direitos humanos serão utilizados como régua para a entrada das empresas brasileiras em certos mercados”, disse.
Dentro das empresas, além de ampliar a diversidade e inclusão, ações afirmativas também deverão ser levadas em consideração no contexto da eficiência e da otimização de processos, fazendo com que o mundo corporativo se aproxime da realidade social do País. Segundo ele, o trabalho do MDHC consiste na “prática de cuidar uns dos outros e também das pessoas que mais precisam”. Para isso, de acordo com Almeida, o apoio da iniciativa privada é indispensável.
Independentemente de raça, orientação sexual ou faixa etária, o ministro apontou que todos os brasileiros possuem anseios em comum, como a busca por moradia, emprego e atendimento médico, mas que nem todos os alcançam.
Por tudo isso, ele entende que a aplicação de um plano de defesa de direitos humanos a nível governamental “não pode ser discurso ideológico”. “É preciso uma política de cuidado com mecanismos institucionais”, definiu ao concluir citando o exemplo de duas medidas implementadas pelo MDHC recentemente: o Plano Nacional em Defesa das Pessoas com Deficiência e a Política Nacional para População em Situação de Rua.